segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Manteiga X Margarina

50% da população brasileira tem o hábito de consumir manteiga ou margarina todos os dias.


Vários estudos tem analizado as diferenças entre estes dois alimentos quanto aos seus benefícios e prejuízos a saúde. É de grande discussão entre pesquisadores, médicos e nutricionistas quanto a indicação de qual seria a "melhor" para ser consumida.

As margarinas são as maiores fontes de ácidos graxos trans do que a manteiga. Estes ácidos graxos são formados durante o processo de hidrogenação do óleo vegetal e aumentam o colesterol plasmático do tipo LDL. Além disso, alguns estudos indicam também que o consumo de ácidos graxos trans tem impacto direto no risco de desenvolvimento de doenças cardíacas coronarianas.

A manteiga, é pobre em gorduras trans, porém rica em ácidos graxos saturados, que são lípides de origem animal. De acordo com a RDA (Recommended Dietary Allowances), deve-se limitar o consumo da proporção de gordura saturada a um mínimo de 10% das calorias totais ao dia para afastar o risco de doenças cardiovasculares.

Um estudo realizado pelo InMetro indicou a quantidade de gorduras do tipo insaturada, saturada e colesterol em 5 marcas de margarina e 5 marcas de manteiga. As manteigas tiveram altos teores de colesterol e gordura saturada. A média de consumo diário desse produto, é de 20g, o que representa, em valores, metade do que podemos consumir de gordura saturada diariamente. A margarina obteve, na média, menos da metade do valor de gordura saturada das manteigas, o que indica um vantagem para quem possui problemas com alta taxa de colesterol. Uma outra vantagem, é que, por ser um produto de origem vegetal, a margarina não tem colesterol.


Outra pesquisa recente, realizada pela USP com pessoas que tinham síndrome metabólica, doença que atinge 30% dos brasileiros e aumenta em cinco vezes a chance de sofrer derrames e ataques cardíacos, demonstrou que consumir manteiga ou margarina em quantidades moderadas não aumenta o risco de ter doenças cardiovasculares.

O estudo foi o primeiro no Brasil a estudar se manteiga ou margarina pioram o risco de doenças cardiovasculares. Em seu estudo, a nutricionista Ana Carolina Gagliardi solicitou que 66 voluntários deixassem de consumir as manteigas ou margarinas que estavam acostumados, os dividiu em quatro grupos e pediu para que consumissem, diariamente, as quantidades recomendadas por ela.

Depois de 35 dias, a quantidade de proteínas que indica o risco de infarto permaneceu igual no sangue dos voluntários. O tempo para a mudança de dieta influenciar na quantidade dessas moléculas é de 28 dias. O colesterol ruim, chamado de LDL, também não aumentou no sangue. Apenas a margarina com fitoesterol ajudou a reduzir os níveis de colesterol ruim do sangue.

São necessários mais estudos para saber se o risco de doenças do coração também permanece inalterado em pessoas saudáveis. Como a quantidade de gordura não afetou os pacientes que tinham maior propensão a doenças cardiovasculares, o mesmo deve acontecer com pessoas saudáveis.

Para quem ainda está na dúvida, acredito que a melhor opção seja o consumo de cremes vegetais enriquecidos com fitoesteróis que podem contribuir para a redução de colesterol LDL (colesterol ruim) no sangue. Assim como o indicado na pesquisa da USP e outras pesquisas no exterior. Diferentes das margarinas, os cremes vegetais não possuem gordura hidrogenada em sua composição, e sim óleos vegetais interesterificados, além de conter menos calorias do que as margarinas. Fitoesteróis são substâncias semelhantes ao colesterol e encontradas em vegetais. São pouco absorvidas pelo intestino e competem com o colesterol, contribuindo para que este seja menos absorvido e, desta forma, auxiliam na redução dos níveis de colesterol total no sangue. A quantidade recomendada deste produto é de 20g por dia (2 colheres de sopa rasas), consumida preferencialmente com torradas ou pães integrais. No Brasil o único creme vegetal enriquecido com fitoesteróis é a Becel Pró-Activ, que é encontrada facilmente em grandes redes de supermercados.
  
Fontes:
www.inmetro.gov.br

Imagens:
www.inmetro.gov.br
http://umdenosdois.blogspot.com/
http://proactiv.com.br/Consumer/Article.aspx?Path=Consumer/HealthyHeartLiving/OurProducts/BecelProactiv

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Melhore a saúde do seu cabelo através da alimentação

Queda de cabelo, fios extra-finos, quebradiços e sem brilho podem ser sinônimos de uma alimentação desequilibrada.

O cabelo humano é composto por água, lipídios, pigmentos e principalmente por proteína (queratina) que corresponde entre 65% e 95% do peso da fibra capilar. A queratina é encontrada também na pele e nas unhas e ela é formada principalmente por cisteína, um aminoácido que contém enxofre em sua molécula.

A desnutrição capilar pode ocorrer por fatores emocionais, hereditários, hormonais, fluxo menstrual alterado, gravidez, uso de medicamentos, estados patológicos como infecções e utilização de produtos químicos como tinturas, descolorantes e alisantes. Problemas com a alimentação também ocasionam a queda de cabelo, deixam os fios muito secos ou oleosos, quebradiços e sem vida. Dietas de emagrecimento muito restritivas são o principal fator desencadeante da desnutrição capilar. Portanto, seguir uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis são importantes tanto para a manutenção do peso e da saúde do indivíduo, como manter cabelos, unhas e pele bonitos e saudáveis.

O que comer para deixar os cabelos mais saudáveis?

Silício: Um dos componentes mais importantes para o cabelo, participa da reconstituição capilar e previne o seu envelhecimento. O silício orgânico pode ser encontrado nas cascas das frutas, na aveia e na cevada, no trigo e arroz integrais. Mas está presente em maior quantidade em uma planta conhecida popularmente por Cavalinha (Equisetum arvense L.), que pode ser utilizada principalmente na forma de chá.

Manganês: Tem importância para a lubrificação e proteção da cutícula do cabelo, funcionando como uma barreira.  Alguns estudos evidenciam sua carência como causa da alopécia (queda de cabelo). Suas principais fontes alimentares são os cereais integrais, as frutas oleaginosas (amêndoas, castanha do Pará, nozes e amendoim), e as verduras.

Cálcio: Sua deficiência deixa os fios frágeis e quebradiços. O cálcio é encontrado em maior quantidade nos leites e derivados (queijos, iogurtes, requeijão), mas também é encontrado nos vegetais verde-escuros (brócolis, couve, espinafre), gergelim, amêndoas e algumas algas.

Zinco: É responsável pelo fortalecimento do cabelo. O mineral está presente principalmente nos peixes e frutos do mar, nas frutas oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, na semente de girassol e na semente de abóbora.

Vitaminas do Complexo B: Auxiliam no crescimento do cabelo. Em geral, são encontradas nos frutos do mar, laticínios, hortaliças cruas, no ovo e nas frutas oleaginosas. As vitaminas do complexo B também são importantes para a pele e as unhas.

Além da ingestão destes nutrientes, também é importante a adoção de hábitos de vida saudáveis e o cuidado com a alimentação em geral. Algumas dicas simples podem ajudar você a manter os cabelos mais saudáveis, com crescimento adequado, brilho e volume ideais:

- Aumente a ingestão de água. Ela é importante para manter o corpo hidratado, inclusive os fios de cabelo. O ideal é que se ingira de 1,5 a 2,5 litros de água diariamente;
- Diminua o consumo de alimentos gordurosos como frituras, carnes gordas, salgadinhos, bolachas recheadas, manteiga e margarina. Os fios são formados também por lipídios e a alta ingestão de gorduras pode deixá-los mais oleosos;
- Não exagere no Sol. Ao se expor aos raios solares utilize chapéu ou protetor solar exclusivo para o cabelo, que pode ser utilizado diariamente;
- Não lave os cabelos em água muito quente, prefira água morna ou fria, assim você evita que seu cabelo fique sem brilho;
- Tome cuidados também com o excesso do uso do secador. Utilize produtos adequados para proteger o cabelo do calor;
- Corte o cabelo no mínimo a cada dois meses. Isso evita o aparecimento de pontas duplas e o aspecto "vassoura" nas pontas;
- Faça uma boa hidratação nos fios pelo menos uma vez por mês. A hidratação ajuda a manter o cabelo macio, brilhoso e com vida.

Para quem não quer e não pode gastar no salão, uma boa opção é fazer uma hidratação caseira. Aí vão algumas receitas:

Máscara de Abacate - Hidratação
Ingredientes:
1/2 abacate;
1 copo (aproximadamente 250 ml) de iogurte natural;
1 shampoo de sua preferência;
Bata o iogurte com o abacate no liquidificador. Lave o cabelo com o shampoo. Divida o cabelo em mechas e vá aplicando somente no comprimento e nas pontas. Use uma toca por 40 minutos.

Máscara de Iogurte e Manga - Brilho

Ingredientes:
1 copo de iogurte natural sem sabor
1/2 manga rosa
Bata no liquidificador a manga e o iogurte. Lave o cabelo com shampoo. Divida o cabelo em mechas e vá aplicando somente no comprimento e nas pontas. Use uma toca por 40 minutos.

Máscara para cabelos oleosos - diminui a oleosidade

1 maço de espinafre cozido
2 galhos pequenos de alecrim
Bata os ingredientes no liquidificador e aplique nos cabelos pré-lavados. Deixe agir por no mínimo 30 minutos. Depois é só enxaguar.

Máscara para cabelos secos

1/3 de xícara de nozes
1/2 xícara de leite de coco
Bata os ingredientes no liquidificador ou utilize um multiprocessador de alimentos. Aplique sobre mechas de cabelo pré-lavadas e deixe agir por 20 minutos. Depois enxague.


Fontes:
SALGADO, Jocelem Mastrodi. Guia dos Funcionais. São Paulo: Ediouro, 2009.
www.oglobo.globo.com
www.nutricaoemfoco.com.br
Imagens:
http://comunidade.bemsimples.com/beleza/w/beleza/Alimentos-que-deixam-o-cabelo-saudavel.aspx
http://www.portalvital.com/blog/alimentacao-saudavel/dicas-para-deixar-seus-cabelos-mais-saudaveis/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Alimentos Orgânicos: Uma opção saudável e sustentável

Os alimentos orgânicos são aqueles que utilizam, em todos seus processos de produção, técnicas que respeitam o meio ambiente e visam à qualidade do alimento. Desta forma, não são usados agrotóxicos nem qualquer outro tipo de produto que possa vir a causar algum dano a saúde dos consumidores. No Brasil, o sistema orgânico de produção está regulamentado pela Lei Federal no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que contém normas disciplinares para a produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade dos produtos orgânicos, sejam de origem animal ou vegetal.

Um fator importante a ser considerado é o teor de nutrientes das frutas, verduras e legumes da agricultura tradicional e da orgânica. Um estudo realizado nos Estados Unidos em 2007 aponta que o teor de vitaminas, minerais e fotoquímicos dos produtos orgânicos pode ser maior que 40% em relação aos produtos da agricultura tradicional. Mesmo não tendo muitos estudos relacionados a comparar nutrientes entre alimentos orgânicos e inorgânicos, sabe-se que a utilização de agrotóxicos (frutas, legumes e hortaliças), antibióticos e anabolizantes (animais) pode causar predisposição a doenças como tumores, infertilidade, doenças do fígado e rins, doenças do sistema nervoso, dentre outras.

Dentre as vantagens da utilização de alimentos orgânicos pode citar-se:
- Prevenção de doenças relacionadas a agrotóxicos, antibióticos e anabolizantes;
- Menor risco de desenvolvimento de cânceres;
- Maior valor nutricional dos alimentos;
- Conservação do meio ambiente;
- Aumento da renda de pequenos produtores;
- Incentivo ao cultivo familiar;

Como os alimentos orgânicos são produzidos em pequena escala, e por poucos produtores, seu preço de mercado é um pouco maior em relação aos não orgânicos, porém, algumas alternativas como a implantação de uma horta caseira ou comunitária, podem ajudar a incluir estes alimentos na mesa do brasileiro.

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, listou os 9 alimentos com mais quantidade de agrotóxicos:

    



1º Pimentão: 65,36%
2º Morango: 36,05%
3º Uva: 32,67%
4º Cenoura: 30,39%
5º Alface: 19,8%
6º Tomate: 18,27%
7º Mamão: 17,31%
8º Laranja: 14,85%
9º Abacaxi: 9,47%


Em Foz do Iguaçu, os produtos orgânicos podem ser encontrados em grandes redes de Supermercados, Armazéns de Produtos Naturais e pequenas hortas. Deve-se sempre verificar o rótulo dos alimentos, que devem conter um selo de alimento orgânico e procedência do produto.

Para quem ainda não tem acesso a estes alimentos, uma das alternativas para amenizar o excesso de produtos químicos, é a higiene adequada dos vegetais. Alguns procedimentos devem ser realizados adequadamente, para melhor aproveitamento destes produtos.

Como lavar frutas, verduras e legumes:

- Lave as frutas, e legumes um a um ou as hortaliças, folha a folha em água corrente (torneira);
- Prepare uma solução de água sanitária (1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água;
- Mergulhe os vegetais nesta solução e as deixe descansar entre 10 e 15 minutos;
- Enxágüe os vegetais em água corrente para retirar a água sanitária;
- Os vegetais estão prontos para o uso, ou podem ser guardados sob refrigeração em potes com tampa ou sacos apropriados;
- Não deve-se utilizar esponjas para lavar os vegetais, elas podem conter fungos e bactérias, e ao invés de "limpar" os alimentos vai colaborar para a proliferação de mais microorganismos.

Este vídeo apresentado pelo programa Fantástico da Rede Globo, mostra a avaliação da Anvisa e a higiene correta dos vegetais.



Fontes:
www.planetaorganico.com.br
www.portalorganico.com.br
www.aao.org.br
www.unicamp.br