Você sabia que as suas fezes podem denunciar uma má alimentação?
Atire a primeira pedra quem nunca teve uma infecção ou um simples transtorno intestinal após comer algo que não lhe "caiu bem". Este é um exemplo de que as fezes são o resultado do que comemos, e acredite, analisá-las é uma das melhores formas de identificar como anda a nossa alimentação. Se você tem "estômago fraco" ou não gosta muito do assunto, é melhor parar por aqui.
Em primeiro lugar, vamos entender melhor a formação do bolo fecal. Ele começa a ser formado na boca, assim que ingerimos e mastigamos um alimento. Após este processo de quebra do alimento, ele desce ao estômago através do tubo gástrico e lá é quebrado em partes menores para facilitar a digestão. Quem contribui para esta quebra é o suco gástrico, alí o alimento permanece por cerca de 2 horas. Dependendo do que você come e da quantidade, este tempo pode chegar até 4 horas. Do estômago, o alimento segue para o intestino delgado, onde ocorre grande parte da absorção dos nutrientes deste alimento. O que sobra, segue para o intestino grosso, onde ocorre a formação das fezes de fato. Lá, há uma grande perca de líquidos, cerca de 90% da água contida nas fezes é perdida, as fezes então se tornam uma massa dura, pronta para ser eliminada. Por isso a importância de ingerir bastante água para melhorar a consistência das fezes.
Do que as fezes são formadas?
- A água é seu principal constituinte, correspondendo até 75% do volume das fezes (reforçando a importância da ingestão da água);
- Bactérias que são responsáveis pela fermentação dos alimentos e causam os gases e o mau odor das fezes;
- Materiais não digeridos, como as fibras, o sal, grãos não mastigados, celulose e muco intestinal.
Agora vamos aprender a analisar as fezes. Para isto, utilizamos a Escala de Bristol, desenvolvida por Heaton e Lewis para a Universidade de Bristol, em 1997. As fezes são classificadas em 7 tipos, sendo que a considerada ideal é o tipo 4.
Tipo 1 - Caroços duros e separados, difíceis de passar.
Este tipo indica que sua alimentação é pobre em fibras e água. Aumente a ingestão de água, sucos, chás, frutas com casca e bagaço, verduras, linhaça, granola, aveia, quinoa e cereais integrais. Evite carnes vermelhas, farinhas brancas, açúcares e laticínios.
Tipo 2 - Em forma de salsicha, mas com pequenos caroços.
É um indicativo que as fezes permaneceram por muito tempo no cólon (transito lento), além disso há deficiência também de água e fibras. Assim como no tipo 1, você deve aumentar a ingestão de água, sucos, chás, frutas, legumes e verduras, além dos cereais integrais.
Tipo 3 - Em forma de salsicha, com pequenas fissuras na superfície.
Tipo 4 - Em forma de salsicha ou serpente, suave e macio.
Parabéns! Seu trânsito intestinal está ótimo. As fezes passam com facilidade e não causam desconfortos.
Tipo 5 - Bolhas suaves, com bordas nítidas.
É um indicativo que seu bolo fecal está se movendo mais rápido que o normal. Isto pode levar a carências nutricionais e desidratação. Aumente a quantidade de fibras solúveis provenientes dos legumes cozidos, grãos, aveia, cevada e frutas. O uso de probióticos pode auxiliar a regular o seu trânsito intestinal, mas deve ser feito com prescrição do nutricionista.
Tipo 6 - Pedaços fofos, consistência pastosa.
Também é um indicador de trânsito intestinal muito rápido. Significa que a água foi mal-reabsorvida e também pode causar carências nutricionais e desidratação. Além disso, pode ser um sinal de intolerâncias alimentares e/ou um desequilíbrio na flora bacteriana intestinal. Evite frutas e legumes crus, prefira os cozidos. Um acompanhamento nutricional com utilização de probióticos pode ser benéfica, mas exames devem ser realizados para descartar qualquer patologia como alergias ou intolerância alimentar.
Tipo 7 - Sem forma, totalmente líquido.
Provavelmente é resultado de uma infecção. Você deve procurar um médico para fazer um diagnóstico. Tenha uma alimentação leve, sem gorduras, frituras, açúcares e laticínios. Consuma alimentos cozidos, caldos, sopas, líquidos, e água para hidratar.
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