terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A dieta do Mediterrâneo na mesa dos brasileiros

Na década de 40 especialistas americanos começaram a se perguntar por que a população do Mediterrâneo tinha menos doenças cardíacas. A partir dessa curiosidade iniciaram pesquisas para investigar o motivo e, após duas décadas, encontraram a resposta na mesa. De lá para cá só aumentou o número de trabalhos científicos confirmando os benefícios dos hábitos alimentares dessa região.
A dieta do Mediterrâneo é uma dieta rica na ingestão de alimentos integrais, frutas e verduras, usando como gordura o azeite de oliva e com baixa ingestão de carne, frango e mesmo de peixe isso faz com que esses povos vivam mais e corram menos risco de desenvolver tumores. 
Apesar de tantos benefícios, praticar esta dieta no Brasil pode se tornar um exercício tanto quanto pesado para o bolso. Isto porque, alguns alimentos indispensáveis na dieta do Mediterrâneo não são comuns a nossa mesa, fazendo com que tenham preços inacessíveis à maioria da população. Por isso, os princípios da dieta devem ser adequados a nossa população, substituindo estes alimentos por produtos mais acessíveis e que tragam os mesmos benefícios a saúde.
A pirâmide invertida de Harvard (2001) se baseia na dieta mediterrânea e exemplifica bem quais os alimentos mais importantes desta dieta.
Um dos alimentos mais importantes da alimentação mediterrânea é o azeite de oliva, que é rico em ácidos graxos monoinsaturados – uma gordura benéfica ao organismo – que ajuda a melhorar as taxas de HDL (bom colesterol) e reduzir do LDL (colesterol ruim), prevenindo também doenças cardiovasculares. Por estes motivos ele se encontra na base da pirâmide, juntamente com a prática de exercícios físicos, também comum na região. O azeite deve ser consumido no lugar do óleo de soja, para temperar saladas e alimentos. Alguns azeites possuem preço elevado por serem importados, procure marcas mais acessíveis, e consuma diariamente. O vinho tinto é consumido diariamente, e em pequenas quantidades, pode contribuir também para a prevenção de doenças cardiovasculares.
A base da dieta também provém da ingestão de vegetais variados, frutas, verduras e legumes. Porém, os vegetais devem ser produzidos de uma forma natural, com o mínimo de agrotóxicos possível. Isso garante a integridade do alimento, em vitaminas e nutrientes. Um dos vegetais mais importantes na dieta é o tomate, alimento que no Brasil, está no ranking de produtos com mais agrotóxicos. Sabemos que os produtos orgânicos também apresentam um preço de mercado mais alto do que os produzidos com agrotóxicos. Portanto, uma alternativa é o incentivo de hortas comunitárias e cultivo de vegetais e hortaliças no próprio quintal, evitando o uso de agrotóxicos.
Os alimentos de origem animal consumidos na dieta são os peixes e frutos do mar, os iogurtes, ovos e o queijo magro. Quase não se consome carne vermelha, o que reduz a taxa de gordura ingerida. Nosso país, um dos mais ricos em água no mundo, também oferece ótimos pescados, e com preços acessíveis. O mais importante é que seja observado o modo de preparo do peixe, que não pode ser frito, e sim assado, cozido ou grelhado. Os ovos também devem ser cozidos. Quanto aos iogurtes, contribuem para a manutenção da flora microbiana intestinal, e não devem conter corantes nem conservantes, os melhores são os iogurtes naturais desnatados.
Os açúcares, gorduras e carnes vermelhas encontram-se no topo da pirâmide. Ou seja, devem ser consumidos esporadicamente, e em pequena quantidade.

Imagens:
Google imagens

Fontes:
www.ufrj.com.br
Sociedade Brasileira de Cardiologia


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