Já diz o ditado que "o pior cego é aquele que não quer enxergar". Geralmente, a criança chega ao consultório quando está muito acima do peso, e por indicação do pediatra. Dificilmente os pais conseguem enxergar que o filho está obeso e precisa de ajuda. Considerado um problema de saúde pública, de acordo com a OMS a obesidade infantil está presente em pelo menos 7% das crianças brasileiras, e este dado vem subindo a cada ano. Mais do que um problema de saúde pública, a obesidade infantil é um problema de família, onde todos os componentes do grupo interferem diretamente na condição da criança.
Ainda é do pensamento popular achar que gordura, é sinônimo de saúde - felizmente esse comportamento está sendo mudado com os anos. Enfim, não é difícil ouvir comentários do tipo "olha as dobrinhas dela, que linda", "meu filho não está gordo, está forte", "deixa ele comer, só mais um pouquinho não faz mal"... e por aí vai.
Acredito que não existe maneira de mudar a cabeça de uma criança sem antes mudar a consciência dos seus responsáveis. Grande parte das atitudes que as crianças tomam são reflexo do que seus pais demonstram a elas, por isso, o exemplo da família é o passo mais importante no tratamento da obesidade infantil. Outro fator importante é a inatividade física. Com a falta de segurança, muitos pais "prendem" seus filhos em casa, com medo da marginalidade e favorecem o sedentarismo, favorecendo o acúmulo de gordura corporal.
Algumas dicas podem ajudar no tratamento da criança:
- Fique atento nas atitudes do seu filho: se ele costuma comer escondido, come muito rápido, não tem interesse em experimentar frutas, legumes e verduras, passa uma boa parte do tempo na frente do computador/videogame, podem ser indícios de distúrbios alimentares;
- Procure ajuda assim que desconfiar do excesso de peso, não deixe a situação se agravar;
- Se seu filho está em tratamento, evite comprar guloseimas ou alimentos que não fazem parte da dieta dele. É difícil resistir as tentações quando elas estão ao nosso lado!
- Programe horários para que ele faça as refeições, e elas sempre devem ser feitas à mesa, em família. Evite fazer as refeições no sofá, ou em frente a televisão;
- Dê o exemplo. Se você não come frutas, seu filho também não irá comer!
- Dedique um horário do seu dia para acompanhá-lo em alguma atividade física, como uma caminhada. Aproveitem para dialogar e falar sobre o dia de cada um. Além de se exercitarem, estarão re-ativando o vínculo pai/mãe-filho;
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as crianças de hoje esyão cada vez mais gordas por causa dos proprios pais
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