A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo. A cirurgia bariátrica, para muitos, é a única (e muitas vezes a última) solução encontrada para a redução de peso corporal. Muito se divulga sobre os benefícios da cirurgia, principalmente em âmbito particular, e pouco se fala sobre as desvantagens e mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida.
A portaria nº492, de 31 de agosto de 2007 trás como indicadores de cirurgia bariátrica os seguintes fatores:
- Portadores de obesidade mórbida com IMC (índice de massa corpórea) igual ou maior do que 40 Kg/m², sem co-morbidades e que não responderam ao tratamento conservador (dieta, psicoterapia, atividade física, etc.), realizado durante pelo menos dois anos e sob orientação direta ou indireta de equipe de hospital credenciado/habilitado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade ao Paciente Portador de Obesidade. - Portadores de obesidade mórbida com IMC igual ou maior do que 40 Kg/m2 com co-morbidades que ameaçam a vida.
- Pacientes com IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2 portadores de doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela obesidade.
No que diz respeito à nutrição, o paciente deve passar por um processo de educação alimentar e adaptação à dieta no período pré-cirúrgico, onde deve, em geral reduzir no mínimo 5% do peso corporal. Caso esta etapa não seja realizada, o paciente corre grande risco de desenvolver dentre outros sintomas, desnutrição, desidratação, apresentar deficiência de vitaminas e minerais (e suas consequências - queda de cabelo e fios quebradiços, unhas fracas, pele descamada e desidratada, entre outros) e redução de peso incompatível com a meta estipulada pelo médico, que pode ir ultrapassar ou não alcançar as expectativas.
Com o paciente devidamente preparado, realiza-se a cirurgia, e faz-se o acompanhamento pós-cirúrgico, que vai depender do método utilizado na cirurgia, das prescrições médicas e da tolerância de volume de cada paciente.
Em geral, inicia-se uma dieta líquida em torno de 24 a 72 horas após a cirurgia. Neste período, pequenas quantidades são indicadas para verificar a tolerância do paciente e evitar náuseas e vômitos (em torno de 30 a 50ml, de 2 em 2 horas). Após este período, o nutricionista irá evoluir ou não o volume das refeições de acordo com a evolução do paciente. Em média após 3 semanas o paciente passa a ingerir alimentos líquidos-pastosos. E após 2 ou 3 meses, já é possível iniciar uma dieta sólida em pequeno volume, sempre respeitando os limites de cada paciente.
O primeiro passo para a realização da cirurgia, é o paciente estar bem consigo mesmo, e ciente dos preparos que devem ter tomados antes e após a cirurgia. Isto evita a depressão no pós-cirúrgico, e o sentimento de fracasso caso não alcance a redução de peso estimada.
Muitos pacientes são vitoriosos no tratamento, enquanto outros não alcançam resultado, muitas vezes por falta de preparo e informação. Por isso, é importante ler bastante sobre o assunto e procurar uma equipe multidisciplinar (médico, nutricionista, psicólogo) para passar orientações cabíveis.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Abeso
Coutinho WF. Consenso Latino Americano de Obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. 1999.
Coutinho WF. Consenso Latino Americano de Obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. 1999.
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abeso.org.br